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A Pantone anunciou Cloud Dancer (dançarino das nuvens, em tradução livre) como sua cor do ano de 2026 – um tom discreto, branco-acinzentado escolhido para significar um anseio por “um futuro livre de toxicidade e excesso”.
A Pantone Colour Institute descreveu a Pantone 11-4201 Cloud Dancer como semelhante a uma tela em branco, que pode ser personalizada e combinada com várias outras cores, tanto na decoração quanto na moda.
“Cloud Dancer é um branco elevado que soa como um sopro de ar fresco”, disse a vice-presidente da Pantone Colour Institute, Laurie Pressman. “Ela fala do nosso desejo de viver em um mundo equilibrado, gentil e profundamente humano”, disse ela ao portal Dezeen.
A Pantone explica que a escolha do branco para 2026 é uma reação coletiva contra a sensação de sobrecarga e superestimulação da cultura contemporânea.
“Cloud Dancer expressa nossa aspiração por um futuro livre de toxicidade e excesso”, continuou Pressman.
A vice-presidente também disse que o equilíbrio de subtons quentes e frios da cor lhe confere uma “qualidade natural e humana”, um contraponto à IA. “Ansiando por conexões humanas autênticas e experiências da vida real, queremos compartilhar coisas sem filtros ou espetáculo, redescobrir o valor dos momentos e encontrar alegria nos prazeres simples da vida.”
A vice-presidente considerou como o panorama do consumidor mudou desde 1999 e avaliou se um cenário global cada vez mais politizado afetou a forma como a cor anual é selecionada.
“O mundo se tornando mais politicamente carregado e polarizado é mais uma manifestação do que as pessoas estão buscando”, disse ela. “Mas não diríamos que isso torna nosso processo de seleção mais difícil – é apenas mais uma coisa a ser considerada.”
Polêmica
Contudo, apesar do conceito de tranquilidade trazido pela Pantone, a Cloud Dancer não foi unanimidade. Alguns associaram a neutralidade do tom com uma postura passiva diante dos muitos conflitos políticos e sociais, incluindo as questões raciais, atuais. Afinal de contas, o branco seria uma “não cor”, uma isenção de escolha.
O arquiteto João Gabriel, por exemplo, afirmou no X que a cor seria um estímulo às casas “clean girl”, uma estética minimalista e bastante elitista.
Outros, simplesmente manifestaram descontentamento estético. Críticas ao minimalismo estéril apareceram nas redes sociais chamando o tom de “inimigo da diversão”.
Até as marcas de tintas deram a sua opinião. A Suvinil postou, após o anúncio da Pantone, um vídeo que contrapõe o branco com as suas próprias duas cores do ano.
Fonte: Abril, Tu Organizas